terça-feira, 10 de março de 2009

Pensamentos. . .

As pessoas têm o direito de errar, de se dar um tempo, de repensar, de fazer escolhas, de voltar atrás, de pedir e liberar perdão, de dar uma nova chance para si e para os outros. De recomeçar.
Muitas vezes é necessário mudar de direção, ter novas perspectivas, experimentar coisas novas, conhecer pessoas e ambientes para chegarmos às reais conclusões do que é realmente bom e necessário para nossas vidas.
As ilusões da vida podem desorientar as pessoas. É preciso cuidado para que o sofrimento não venha mais tarde através de passos errados, de decisões precipitadas. Bater o martelo é uma expressão forte, pois estamos sujeitos às voltas que a vida dá.
Minha avó sempre diz que o tempo é o senhor de todas as coisas. Por isso a ansiedade não funciona. Temos que ser como os agricultores, que semeiam, regam, esperam o sol, a chuva, aguardam o nascimento das primeiras mudas, que acompanham o crescimento das plantas e combatem as pragas, até que um dia, ao amanhecer, o campo está pronto para a colheita.
Eu tenho um jardim muito especial. Desse jardim nasceram duas flores, duas flores lindas, perfumadas, com pétalas vermelhas de paixão mescladas com pétalas rosas de amor. Ninguém percebe a beleza delas como eu percebo. Para as pessoas são apenas mais duas flores, mas para mim são dois amores.
Aprendi a esperar, dar tempo ao tempo. A vida cuida delas com seus sóis, suas luas, seus ventos, suas pragas e seus remédios. Houve uma praga chamada “Dia-a-dia” que tentou destruí-las. O remédio chamado “Tempo” foi lançado sobre o solo e tive que observar de longe a cura das minhas plantinhas, pois seria contaminado se me aproximasse. Em seguida um vento tentou arrancá-las do solo e levá-las de vez. Mas as raízes já estavam profundas e seus cabos resistentes. Em meio à ventania e à tempestade, construí uma cerca ao redor delas. E lá elas permaneceram, ainda que sujeitas aos ataques da própria natureza. Eu somente as observava, atento a tudo.
Mas um dia, após uma noite difícil de insônia, acordei e abri as janelas. Lá estavam minhas duas flores, sob um céu azul como nunca e um sol digno dos aplausos esvoaçantes dos pássaros. Suas cores estavam vivas e me pareciam fortes como árvores. Lindas de se ver. E sentei ao lado delas num banquinho de madeira e ali fiquei durante toda a manhã admirando tudo o que elas representam para mim. Orgulhosa por elas terem nascido na minha vida.